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4. Formação: O Verbo Encarnado mente?


Publicado por Iveinfo, mas também direcionado àquelas que estão discernindo ingressar nas SSVM.


Três níveis de mentiras

Há três níveis de mentira. A primeira começa com não dizer toda a verdade. A segunda é precisamente mentir. A terceira é quando você faz a primeira ou a segunda com a tentativa de encobrir.  

Não dizer toda a verdade

Em alguns casos, isto é apenas discrição, ou seja, reter informações, a menos que você realmente precise saber certas informações. Em outras situações, não dizer toda a verdade é tão ruim quanto mentir é reter informações a propósito, mesmo que uma pessoa tenha o direito ou a necessidade de saber. A questão é se suas ações constituem simplesmente em discrição ou se realmente estão sendo enganosas.  

E se aqueles que desejam conhecer ou mesmo aderir-se ao IVE/SSVM, não deveriam conhecer toda a sua história passada?, pois isso dirá muito sobre o comportamento presente e futuro do IVE/SSVM. Nao deveriam dizer que o fundador teve que renunciar duas vezes e que o primeiro superior general entre essas renúncias deixou a congregação por completo? Nao deveriam dizer que um grande número de sacerdotes também abandonou o IVE? Certamente, isto pode dar àqueles um motivo para refletir e considerar um ingresso no IVE/SSVM, não é esta a informação que merecem saber?  

Talvez estas sejam perguntas um pouco retóricas, mas uma pessoa que está passando por um processo de discernimento tem o direito a uma informação completa para decidir com liberdade, mas nem o IVE nem as SSVM nunca ofereceram estas informações no passado, nem o fazem atualmente, dados os problemas de seu fundador. Na verdade, antes de dar começos a estes sites (inglês, espanhol e português) ninguém pensaria em perguntar tais coisas a uma ordem tão "jovem e alegre". Você acha que esse tipo de informação é relevante para àqueles que discernem a vocação? Você acha que o IVE/SSVM mentem ao esconder seu passado para ajudar no recrutamento e na captação de recursos? Você acha que eles receberiam tanta ajuda e jovens vocações se soubessem de todas as desonestidades que acontecem? Você acha que uma vida pode ser construída sobre mentiras?

Aqueles que desejam discernir precisam saber:

Se você tem o desejo de conhecer ou mesmo aderir-se ao IVE/SSVM, obviamente tem o direito de conhecer estas informações. A política do IVE no passado nunca foi a de revelar sua verdadeira história, seus detalhes; simplesmente lhe contarão histórias prodigiosas, fatos quase "milagrosos" sem entrar em muitos detalhes, e se surge alguma pergunta dirão: "A providência de Deus", e lógicamente a providência de Deus existe e atua, existem também elementos humanos que interferem e ajudam, mas infelizmente alguns elementos vão em contra do que Deus realmente quer. Por tanto, podemos e devemos questionar a moralidade do IVE em reter informações importantes, urgente é saber como eles responderão a certas perguntas, será que aqueles que decidem ingressar terão a liberdade de fazer certas perguntas, terão a liberdade àqueles que realmente estão interessados numa vida honesta, numa busca da verdade e de uma verdadeira santidade?   

Mas se você não estiver seguro/a de sua vocação, eles lhe oferecerão ajuda para discernir, mas...

- Quais são os processos concretos de discernimento que os superiores farão depois do seu ingresso? O fato de ter feito um Exercício Espiritual Inaciano antes ou depois de ter entrado não é em si um processo de discernimento final, em qualquer caso será apenas um começo. 

- Aqueles que ingressam no noviciado de ambos Institutos, os superiores certificam que terminaram sua educação básica, é dizer, o segundo grau completo? Se não, os superiores cuidaram para que o acabe antes de iniciar o noviciado? Não devemos esquecer o que o Direito Canônico diz a este respeito.

- Você terá obrigações financeiras após a adesão á vida religiosa? Por quê? em que medida? afinal eu deixo o mundo e as coisas do mundo?

- Minha família tem a obrigação de me ajudar financeiramente? Por quê? "Esqueça seu pai e sua mãe..." nos repetem continuamente.

- Se eu der dinheiro para o Instituto e depois decidir partir, o Instituto me pagará de volta?

- Se eu decidir partir após muitos anos, que obrigações o Instituto terá para comigo? 

- Por quê tantos padres estão deixando o IVE ultimamente? 

- Poderei entrar em contato com alguns ex-padres do IVE para ter uma outra perspectiva?

- Os superiores/as farão verificações de antecedentes e exames psicológicos antes que alguém entre no noviciado ou seminário?

- Os professores estão realmente preparados academicamente conforme o exigido pelos centros de estudos eclesiásticos, ou são apenas seminaristas que ainda não terminaram seu período de formação acadêmica?  

- Por quê os estudos realizados em ambos Institutos não são oficiais? Por quê o IVE não oficializa seu currículo acadêmico como os demais seminarios?

- Por quê a maioria dos sacerdotes do IVE que deixam o sacerdócio ou freiras que deixam a vida religiosa seus estudos perdem valor e não podem ser homologados em nenhum centro oficial de estudos eclesiásticos?

- Por quê os padres comem alimentos diferentes dos seminaristas e noviços? Por quê os padres nunca se servem a si mesmos?

- Por quê o reitor (e o resto do pessoal do seminário) ouve as confissões dos noviços? O que diz sobre isso a violação do fórum interno e externo no Direito Canônico?

- Terei acesso a diretores e confessores espirituais externos ou pelo menos poderei consultar alguém fora do IVE que não seja alguém explicitamente indicado pelos superiores?  como é meu direito e segundo o que ensina o próprio Direito Canônico?

Estas podem parecer perguntas difíceis, mas quando você considera que o IVE/SSVM lhe pedirá obediência cega para o resto de sua vida, estas perguntas são na verdade bem razoáveis. E é melhor fazer estas perguntas antes de aderir, pois, segundo eles, o voto de obediência o impedirá de fazer estas ou outras perguntas mais tarde.

Deveria confiar nas respostas deles?

Duvidamos que os membros atuais realmente façam tais perguntas ao IVE/SSVM. Entretanto, se você deseja continuar a discernir sua vocação no IVE/SSVM, então poderá estar obrigado pela prudência e amor à verdade a fazer estas perguntas e, quando as fizerem, nos informe e seremos sinceros em responder-lhe o quanto sabemos.

Se os superiores maiores que governam o IVE não sao completamente verdadeiros com as autoridades eclesiásticas da Igreja, serão eles verdadeiros com seus membros? Nem mesmo contam toda a verdade aos demais superiores que estão subordinados a eles. 

Não há desculpa para encobrir a Verdade

É claro que ambos Institutos têm um serio problema com a verdade, vemos por suas reações às nossas publicações.  

Uma frase muito comum ouvida dos superiores de ambos os Institutos: "não comente tais coisas para não causar escândalo aos leigos", "eles podem perder a fé", mas muitos dos membros sao obrigados a abandonar a vida religiosa vendo sua fé enfraquecida por causa das coisas que vêem, ouvem e das más experiências que tiveram.

O mesmo pode ser dito sobre a falta de transparência financeira em uma Instituição que vive de doações, doações monetárias, bens materiais, até mesmo salários  mensuais que muitas comunidades religiosas recebem das dioceses em alguns países onde missionam. Qualquer instituição eclesiástica está obrigada à transparencia (isto é algo que o mesmo Papa Francisco enfatiza especialmente) e os doadores precisam saber o uso transparente que está sendo feito das doações feitas. Não basta que a resposta seja: "temos um voto de pobreza e não possuímos nenhum bem em nosso nome", esta não é uma resposta válida, porque toda Instituição de qualquer tipo possuem uma conta bancaria com uma identidade ou pessoa jurídica e são obrigados a fazê-lo, assim como os bens móveis e imóveis que recebem como doações, o fato é: como sao administrados? Como eles conseguem tais doações de valores importantes? São essas doações realmente necessárias? etc. 

Onde está a virtude e a santidade?

Este tipo de comportamento seria escandaloso, mesmo se estivéssemos falando de um partido político. Um grupo religioso que orgulhosamente envia suas irmãs e seminaristas para mendigar e nos conventos e seminarios se alimentam com comidas  vencidas, muitas vezes estragadas, da mesma forma sao tratados os seminaristas menores e as aspirantes que ademais não têm voto de pobreza são menores de idade, estão em fase de crescimento, são estudantes e precisam de uma alimentação razoável, enquanto isso aos superiores se preparam refeições diferentes e melhores, estes sim têm voto de pobreza, não as crianças! 

Sem mencionar as viagens e passeios que muitos em suas casas talvez não teriam os meios financeiros para fazê-lo, mas tudo isso com que dinheiro sao feito? E poderíamos perguntar: está errado fazer essas viagens? Não! mas, são transparentes com os gastos e verdadeiras necessidades? Dão prioridades às necessidades reais? O que não pode ser é que tantos católicos leigos vivam melhor a pobreza do que muitos religiosos, já que as doações que recebem muitas vezes sao feitas por famílias em condições humildes que doam o que têm porque acreditam que estão fazendo uma obra boa. 

Particularmente muitas vezes tive que pedir comida às famílias dos apostolados, mesmo com a proibição expressa do bispo local, pois naquela comunidade em particular recebíamos um salário mensal justamente para não termos a necessidade de pedir, (uma comunidade que inclusive não pagávamos luz, nem água, e muito menos aluguel) da minha parte, recebia ordem da minha superiora em depositar o salário da comunidade na conta bancária do governo geral das SSVM em Roma e depois pedir ajuda às familias nos apostolados que fazíamos; famílias com filhos que trabalhavam e pagavam suas contas como todas as familias, e eu me perguntava até que ponto isso era justo.


Para acabar reflexionemos sobre o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre oitavo mandamento:

2464. O oitavo mandamento proíbe falsificar a verdade nas relações com outrem. Esta prescrição moral decorre da vocação do povo santo para ser testemunha do seu Deus, que é e que quer a verdade. As ofensas à verdade exprimem, por palavras ou por actos, a recusa em empenhar-se na retidão moral: são infidelidades graves para com Deus e, nesse sentido, minam os alicerces da Aliança.

Viver na verdade
2469. «Os homens não seriam capazes de viver juntos, se não tivessem confiança uns nos outros, isto é, se não se dissessem a verdade» . A virtude da veracidade dá justamente a outrem o que lhe é devido. A veracidade observa um justo meio-termo entre o que deve ser dito e o segredo que deve ser guardado: implica honestidade e discrição. Por justiça, «um homem deve honestamente ao outro a manifestação da verdade».

O respeito pela verdade
2489. É a caridade e o respeito pela verdade que devem ditar a resposta a qualquer pedido de informação ou de comunicação. O bem e a segurança de outrem, o respeito pela vida privada e pelo bem comum, são razões suficientes para calar o que não deve ser conhecido ou para usar uma linguagem discreta. Muitas vezes, o dever de evitar o escândalo impõe uma estrita discrição. Ninguém é obrigado a revelar a verdade a quem não tem o direito de a conhecer.

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