O que eu teria feito?
Encontrei este título no Blog Chat de Café sobre o fundador, Padre Buela, e aqueles que de alguma forma foram suas vítimas. Um artigo humano. Impressionei-me com seu título, mas ao mesmo tempo me veio à mente: "Se não me tivessem feito ter tanto medo, o que eu teria feito?
A figura do Padre Buela para as Servidoras é talvez mais idílica, nós não vivemos com ele, aquelas de nós que vivemos na Argentina tivemos um pouco mais de contato com ele, ouvimos seus sermões, algumas reuniões no seminário, etc, mas todas nós lemos seus livros, ouvimos algumas conferências sua, algumas falaram com ele pessoalmente, ou seja, ele é o fundador e através dos superiores e formadores, como diz o artigo de Chat de Cafe, sua autoridade moral estava e pesava.
Tive que ouvir da minha superiora: "O Padre Buela não gosta de freiras assim". Foi difícil ouvir isso! ouvi essa mesma frase em outras ocasiões -sermoes, conselhos, etc- ouvia repetidas vezes meses antes de sair, e não foi exatamente uma saída fácil a minha.
Lembro que quando eu estava prestes a deixar a congregação, por um momento veio o Padre Buela à minha mente: eu ia deixá-lo. E depois de várias vezes pensar a mesma coisa, não sei porque, mas com muita raiva disse para mim mesma: "o Padre Buela nem sabe que eu existo e nem lhe importa", e realmente ele não sabe que eu existo e não lhe importa. Pena que nao senti esse minuto de raiva antes, pois me ajudou a descobrir, após minha partida, coisas que aconteciam há décadas sobre sua pessoa e não nos eram contadas, pior eram ocultadas fazendo-nos pensar que suas vitimas que são reais não passavam de difamadores, ressentidos, tristes e amargados, mas que na realidade essas sao as VERDADEIRAS VITIMAS, AS VERDADEIRAS PERSEGUIDAS, e o padre Buela e os superiores que ocultam, mentem e propagam sua santidade não passam de verdadeiros verdugos.
Se aos membros do IVE as informações sao tergiversadas ou negadas, para às servidoras essas informações diretamente nao são dadas. Em outras palavras, as SSVM fazem parte de uma "família" que estão apenas para repetir o que lhes é dito.
E digo uma vez mais sobre a figura idílica do fundador, sua autoridade moral, a inspiração que ele teve ao fundar a "família religiosa" que, sim, coloco essa "familia" entre aspas, pois não é em absoluto uma familia; a "luta" do pe Buela contra o progressismo na Argentina, perseguido mesmo antes de fundar a congregação, etc., etc.
E agora faço eu essa pergunta: se nos tivessem dito toda a verdade, se não nos tivessem colocado tanto medo em nossas consciencias, que teríamos feito?
Está claríssimo que essa construção persecutoria, com uma porcentagem mais fantasiosa que real contada desde os inicios e repetida até hoje foi uma boa construção para fazer-nos crer que estávamos no lugar certo, numa congregação quase perfeita, que o Verbo Encarnado realmente nasceu para fazer tudo aquilo que a Igreja necessita e que o progressismo tinha corrompido. Não fomos inocentes, fomos manipulados!!
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