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Após 15 anos estudando para ser padre, saí do seminário faltando 2 meses para a ordenação sacerdotal. Quer saber o motivo?


Enviaram-me este testemunho de um ex legionario de Cristo e resolvi publicar-lo aqui. As coincidências são as mesmas que experimentaram membros do IVE/SSVM. A Legião de Cristo é uma Congregação religiosa, onde o fundador Marcial Maciel fue sentenciado por levar uma doble vida, irregularidades fiscais, uso de drogas, abusos sexuales aos membros e até aos seus próprios filhos. Um dos mais escandalosos membros da Igreja católica nas ultimas décadas. Por tanto, não é estranho os abusos de consciência, de autoridade que se cometem nessa ordem. Como afirma Thácio, o poder absoluto sobre as vocações que termina em uma manipulação total.

Após 15 anos estudando para ser padre, saí do seminário faltando 2 meses para a ordenação sacerdotal. Quer saber o motivo?

No dia 04 de abril de 2011 eu subia num avião, saindo de Roma e voltando para Brasília. Como, no âmbito católico, ninguém nunca quis me entrevistar a respeito, fiz uma entrevista para mim mesmo, em forma de comemoração desses 10 anos fora da congregação dos Legionários de Cristo.

Para quem não sabe, tal congregação religiosa está em Brasília também. Eles administram a paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, na 311 sul.
 
Entrevista:
 
*Por que você saiu da Legião de Cristo?*
Porque, antes tarde do que nunca descobri que estava envolvido em uma enganação vocacional.
 
*Fale mais*
Bem, tardiamente descobri que não tinha vocação. Descobri que durante 15 anos a congregação conseguiu implantar na minha cabeça uma ideia fixa que foi meu principal algoz naquela prisão dourada. A ideia era mais ou menos essa: “Thácio, você tem vocação até que os superiores te digam o contrário. Sair da Legião de Cristo não é opção. Se sair, será condenado eternamente ao fogo do inferno”.
 
*Que loucura! Mas, essa ideia estava escrita em algum lugar?*
Sim e não. Nem tudo é visível aos olhos, principalmente quando se trata de manipulação. Para entender essa ideia precisei de muita autorreflexão e de um distanciamento psicológico daquele grupo religioso. Tanto é assim que tal ideia me prendeu por anos naquela congregação, mas só consegui defini-la e isola-la no meu último ano lá, quando fiz, pela primeira vez, um discernimento vocacional de verdade.
 
*Mas, explique-se mais. Como conseguiram “implantar” essa ideia? Colocaram um chipe na sua cabeça?*
Ha ha... quem dera fosse um chipe. Eu teria conseguido me livrar dessa ideia com mais facilidade. Na verdade, o que fizeram comigo e com outros, é o que fazem todos os dias grupos sectários e manipuladores por todo o mundo. O estudo sobre essa temática é simplesmente abrangente e já tem muita literatura por aí. Após a minha saída andei me aprofundando um pouco no assunto.
Em suma, desde os meus 15 anos conseguiram me fazer acreditar que a congregação dos Legionários de Cristo era o único caminho válido e legítimo para eu ser um católico fiel a Cristo. Todo outro caminho era ilegítimo.
Repito, toda manipulação é algo invisível aos olhos do mundo, mas muito real para quem a sofre. Tal manipulação, claro, variava bastante de seminarista para seminarista. Aliás, é como diz o ditado popular: ninguém consegue enganar 1000 pessoas por 1000 dias precisamente porque somos pessoas diferentes e ninguém é igual a outra pessoa. Nesse sentido, era imprescindível para o sistema afastar cuidadosamente os dissidentes, eliminá-los rapidamente e não deixa-los “contaminar” os demais, transformando qualquer pessoa que saísse da congregação em traidor, em um crápula, em um condenado ao fogo do inferno. Há muita maldade nisso, sem dúvida.
 
*A congregação dos Legionários de Cristo te ajudou a fazer esse discernimento?*
Não mesmo. A congregação nem sabia o que era “discernimento”. Quiseram me mandar para casa inúmeras vezes quando expressei para o meu superior que eu achava que não tinha vocação... De fato, ele quis comprar uma passagem para eu voltar para casa no dia seguinte.
 
*E qual foi a sua reação?*
 Achei um absurdo que eu devesse voltar para casa sem sequer saber o motivo, sem fazer um discernimento vocacional e sem confrontar a minha realidade interior diante de Deus, de mim mesmo e dos demais. Naquele momento não entendia o motivo deles quererem que eu simplesmente desaparecesse.
 
*E por qual motivo você não foi mandado embora?*
Uai, eu tinha votos perpétuos naquela ocasião e sabia muito bem que os superiores não podiam me mandar embora na calada da noite. Durante todos os meus anos na congregação vi centenas de jovens serem mandados embora em questão de minutos, não importando nada, nem mesmo o tempo que eles levavam lá dentro. E vi que ninguém tinha a chance de se despedir dos seus irmãos religiosos. Saíam como criminosos. Eu não queria isso para mim.
 
*Como foi o seu discernimento?*
Eu estava em Roma, meu superior era o padre Donal Clancy, L.C. Por anos este homem foi o meu superior, confessor e diretor espiritual. A igreja católica, no Direito canônico, proíbe esse tipo de poder nas mãos de um só homem, mas a Legião de Cristo não respeitava as regras. Normalmente cada um desses cargos (superior, confessor e diretor espiritual) deve ser preenchido por uma pessoa diferente, pois isso garante uma certa liberdade para o indivíduo.
No caso do Donal Clancy, de fato, esse homem sabia mais coisas de mim do que eu mesmo. Era um poder absoluto que podia ser exercido de forma despótica e cruel quando bem lhe entendesse. E no caso do meu discernimento, ele tentou usar esse poder contra mim e tentou me expulsar, da noite pro dia. Fui um dos poucos religiosos que, naquela ocasião, pôde lutar e pedir um tempo de discernimento. Como eles não podiam me expulsar sem pedir autorização da Santa Sé, pois eu tinha votos perpétuos, então aproveitei e solicitei para o superior desse superior que me retirasse da jurisdição do Padre Donal Clancy, pois sentia que ele não me fazia bem, pois me mantinha num controle totalizante. E assim aconteceu. Fui designado para outra casa, em Roma, onde passei 1 ano discernindo.
 
*E como foi nessa outra casa?*
O novo superior que me acolheu, Padre Gabriel Gonzalez, em questão de horas, me ofereceu uma passagem de avião para eu voltar para o Brasil e sair da Legião de Cristo. Ha ha ha... parecia piada. Entendi perfeitamente que a Legião de Cristo não sabia nem o significado da palavra “discernir”. Entendi, portanto, que eu tinha que encontrar fora daquele grupo o conceito que eu precisava. Procurei no presidente dos psiquiatras católicos da Itália, Tonino Cantelmi, e na sua equipe de terapeutas, principalmente a doutora Michela Pensavalli. Esta última me ajudou muito mesmo. Também procurei um sacerdote como diretor espiritual, mas alguém longe de toda aquela estrutura corrompida. E olhei para a própria cidade de Roma buscando inspiração. Foi assim que me deparei com a figura do padroeiro de Roma, São Filipe Neri. Este santo dizia que o discernimento é como uma das fontes que ele gostava de contemplar em Roma e que tinha três tartarugas. Para cada tartaruga ele via um dos elementos de um bom discernimento: “tempo, oração e conselho”. Precisava, portanto, desses três elementos para poder realmente discernir qual era o meu caminho, o que Deus queria de mim.
 
*E como foi esse discernimento?*
Rapaz, passei noites chorando, com medo de ir para o inferno, de ser infiel à Legião de Cristo. Hoje acho incrível quando olho para trás. Realmente haviam colocado em minha cabeça uma ideia falsa, absurda. E lá estava eu, um jovem adulto, de 29 anos, chorando feito bebê, por medo de ir para o inferno caso saísse da Legião de Cristo. Veja bem, não chorava por medo de ir para o inferno por haver pecado mortalmente. Não. Chorava de medo de ir para o inferno, caso saísse da Legião de Cristo.
 
Precisava resolver isso. Precisava vencer essa ideia de alguma forma, para, assim, enxergar com liberdade o que Deus queria de mim. Aos poucos, com Tempo, oração e conselho, fui entendendo que Deus não “precisava” de mim para nada. Que, aliás, é um orgulho imenso pensar que Deus precisa de alguém para fazer algo. Ele é Deus, oras. Ele faz o que quiser, com quem quiser. Não “precisa” de mim. Portanto, sair da Legião de Cristo não era uma infidelidade sem perdão, não era o pecado contra o Espírito Santo. Não. Quando me lembro daquelas lutas interiores, que durou quase 1 ano, é que entendo a maldade daquela congregação ao expulsar tantos jovens da noite para o dia, por mais de 70 anos. Jovens que, após expulsos, tinham que fazer esse percurso intelectual e espiritual já fora da congregação... É por isso que, estatisticamente, a maioria dos jovens expulsos que conheço, hoje, odeiam a Igreja e a congregação e sofrem terrivelmente quando refletem em seus anos lá dentro. Eles não tiveram tempo de extirpar essa ideia maldita e falsa na hora oportunidade. Hoje, tal ideia fica ainda encravada em suas gargantas e em seus subconscientes. É um sofrimento invisível, existencial.
Normalmente, quem está de fora de tudo isso não entende o motivo da dor dos ex membros dessa congregação. É porque tais pessoas não veem o real problema dessa congregação e continuam achando tudo lindo e maravilhoso.
 
*Como foi que você decidiu não ser mais legionário de Cristo?*
 Bom, após muita reflexão, oração e conselho, depois de meses a fio nessa única tarefa, meus pensamentos pendiam entre ser Legionário, ser sacerdote, ou voltar a ser leigo. Tive que lutar muito por esse discernimento, pois, vez ou outra, aparecia um retardado de algum superior querendo me mandar embora para casa ou querendo que eu pisasse na bola de alguma forma para a Legião de Cristo ter a desculpa de me mandar embora. Senti claramente como a Legião de Cristo tinha alergia ao conceito de discernimento.
Discernir, por outro lado, é ficar passando a mente, livremente, por cada uma dessas possibilidades, a fim de averiguar os movimentos interiores e a Vontade de Deus. Deus se manifesta na paz. O diabo se manifesta na guerra e na confusão. O desafio do discernimento é chegar na paz de Deus na própria alma, perante a decisão que for. Nesse sentido, um dia, passando minha decisão pela opção de voltar a ser leigo, encontrei uma paz nunca antes sentida. Tal paz, confirmada pelo meu diretor espiritual (que, de fato, pensava que eu tinha vocação e ficou surpreso com minha decisão), e confirmada pelos meus terapeutas, foi se estabilizando no coração. Um horizonte passou a se formar em meio à tempestade da alma. Passei a olhar para o mundo com esperança. A terrível luta do discernimento estava chegando ao fim. Leigo, sacerdote comum dos fieis. Era para isso que Deus havia me criado. Esse era o meu destino. Essa era a Vontade dele para mim. Para isso que a minha natureza estava feita. Paz. Como Elias, na brisa da manhã, ouvia a voz de Deus e a sua vontade.
 
*O que se passava pela sua mente?*
Ao mesmo tempo em que eu sentia paz, eu também sentia muito medo porque entendia que tinha 30 anos e que não tinha ideia do que faria no mundo depois da minha saída. Sabia que me enfrentaria terrivelmente com o problema econômico, com o problema afetivo, com inúmeros desafios. O que mais me aterrorizava era pensar que, da noite pro dia, não seria mais ninguém, seria um zero à esquerda. Que, de quase padre formado em Roma, seria um zé-ninguém em algum lugar.
 
*Mas, a congregação não iria te ajudar, depois de tantos anos à serviço dela?*
A Legião de Cristo me ajudou com 1000 euros. Eu sabia que esse era o pacote de despedida. Dava para comprar um enxoval da vida laica, mas só. Nenhuma esperança econômica. Eu sabia que sair era ir para a sarjeta, ser banido da congregação e tornar-se um criminoso aos olhos dos meus irmãos legionários e até dos membros do movimento Regnum Christi da minha cidade.
 
*Você não pôde se despedir de nenhum amigo?*
Bom, quando eu avisei a minha decisão para o superior, eu lhe pedi uma coisa. “Padre Óscar Náder, eu gostaria muito de poder ficar mais dois meses aqui em Roma para poder concluir a minha teologia. Mas, gostaria de fazê-lo como leigo, já me vestindo de leigo. É que preciso que meus irmãos legionários saibam da minha decisão. Não quero sair como criminoso.” O padre em questão me disse que isso não era possível porque poderia influenciar negativamente na “vocação” dos meus colegas que estavam a ponto de se ordenar sacerdote. Pela primeira vez eu experimentava a maldade da máquina legionária. Apesar da paz do meu discernimento eu teria que passar pelo cálice amargo da dor terrível de ser “banido” daquela instituição que me chamou de “irmão” e a qual eu chamei de “família”. Da noite para o dia eu só tinha um destino: ser banido totalmente das suas fileiras, sem direitos humanos e sem direitos divinos. Meu único direito foi permanecer calado.
Pelo menos o padre me deixou voltar em Outubro – caso em conseguisse algum benfeitor que me pagasse a passagem – para concluir as provas de teologia. Fiz isso e posso contar em outra entrevista como foi.
 
*Então, como foi a sua saída, no dia 4 de abril de 2011?*
Triste, solitária, terrível para a minha lembrança, mas com uma paz profunda. Aprendi que é possível estar em paz tomando uma decisão difícil. Entendi que eu tinha diante de mim duas decisões: ou me tornar sacerdote e concluir aquele ciclo de 15 anos de formação ou abandonar tudo e seguir minha verdadeira vocação me transformando em um mendigo em minha terra natal, me expondo à humilhação de voltar como covarde aos olhos de todos os católicos amigos da minha cidade. Escolhi, então, por recomeçar do zero aos 30 anos, sem apoios humanos, só confiando em Deus.
Tive que ter mais coragem para abandonar o caminho do sacerdócio do que para continuar nele.
Não pude me despedir dos meus colegas. Os superiores disseram para eles que eu havia sido transferido. Isso era uma das tantas mentiras institucionais que serviam  para manter a “ordem” estável. Mas, mentira, mentira é.

Dois, ou três, representantes foram enviados para me levar ao aeroporto e, num “grande ato de misericórdia” se despedirem de mim fora dos olhares das centenas de colegas e amigos que eu deixava para trás naquele seminário onde morei por 10 anos.
Subir no avião foi uma mistura de sensações: esperança e medo pelo mundo que me aguardava e sentimento de rejeição pelo mundo que me abandonava. Os Legionários de Cristo passavam a me riscar da sua lista de amigos e uma nova vida se abria para mim.
O dia 04 de abril de 2011 foi, para mim, o começo da minha existência livre. Pela primeira vez na vida sentia o prazer da liberdade, sentia o peso da liberdade, sentia a dor que a liberdade causa. Mas, pela primeira vez na vida eu era livre para servir e amar a Deus como sacerdote comum dos fieis: um simples batizado.



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