Pular para o conteúdo principal

O IVE e o Fundador Carlos Buela (Parte 1)


O IVE e o Fundador Carlos Buela (Parte 1)

Informar coisas como estas, não traz nenhum tipo de ganância econômica, ninguém paga por publicar estas coisas. Ademais não se adquire boa reputação por isso, pelo contrário, me insultam constantemente e certamente dupliquei o número de meus inimigos.

Há muitos blogueiros que preferem não continuar publicando este tipo de notícias, porque esse não era o fim, pelo qual criaram seus blogs (este blog também não foi criado para isso) ou simplesmente porque estas notícias causam repugnância, porque, sejamos honestos, ninguém se deleita em conhecer as torpezas de um fundador.

É também desencorajador e intimidador escrever porque coisas dolorosas são trazidas à luz para todos. São trazidas à tona experiências pessoais, mas apesar disso, existem pessoas que preferem não ver. Mas é preciso lembrar que, “o pior cego é aquele que não quer ver''.

Então, quais são as razões para continuar escrevendo e relatando? As razões, eu diria, são aquelas sugeridas por George Weigel aos legionários:

1. Desmontar a "grande narrativa..." essa história cuidadosamente elaborada, mantida e infundida de obras magníficas realizadas a partir de começos humildes e em meio a frequentes perseguições.

2. Informar aos membros do IVE que, assim como entraram a estas instituições sem conhecer as patologias de seu fundador, são livres para deixá-los sem pecado, culpa, vergonha ou remorso. Tal afirmação é essencial para deter a chantagem moral que continua até hoje.

Vários membros do IVE vieram pedir ajuda quando sabiam que o IVE iria deixá-los sós ou porque tinham dúvidas vocacionais; ou porque queriam deixar de ser religiosos; ou porque estavam envolvidos em algum tipo de problema, como diz a Sra. Rita, em algum problema com alguma senhora sedutora; ou porque tinham sido molestados sexualmente durante o sono pelo seu fundador embriagado. Todos foram pedir ajuda a outros ou se comunicaram em segredo, cheios de medo, com medo de que algum dos superiores descobrisse que tinham se comunicado com o "mundo exterior" em coisas como esta. Todos pediram sigilo no momento. Todos mostravam sinais marcados de medo, medo de serem descobertos, medo de falar abertamente sobre seus problemas com os superiores do IVE, e todos escaparam do IVE, alguns até mesmo apoiados em seu segredo por bispos que escreveram relatórios para Roma na época.

Todos eles, sem exceção, ficaram sem receber qualquer tipo de ajuda econômica, psicológica ou espiritual do Instituto do Verbo Encarnado. (Alguns receberam ajuda não oficial de sacerdotes do IVE que lhes enviaram dinheiro às escondidas de seus superiores).

Para dizer a verdade, não há muito que um ex-sacerdote sem uma dispensa e com meios financeiros limitados possa fazer por esses sacerdotes, a maioria dos quais são jovens. Além da falta de coragem, magnanimidade e humildade, me faltou o dinheiro necessário para poder ajudá-los mais efetivamente. O conselho e a ajuda que me pareceu mais razoável foi aconselhar a que se contactasse com o bispo da diocese onde residem. Alguns Bispos os ajudaram, outros simplesmente não prestaram atenção com a desculpa de que a comunidade religiosa deveria ajudar.

É importante notar aqui que o Bispo de Velletri-Segni, Dom Andrea Maria Erba, foi informado há quase uma década dos problemas do fundador, Carlos Miguel Buela, mas decidiu ignorá-los. Os bispos que ajudaram e podem ser consultados sobre os padres do IVE que foram deixados de lado, são os seguintes: Cardeal Sean O'Malley, Cardeal Anthony Bevilacqua, Bispo Joseph Wang Yu-jung; Bispo Patrick J. McGrath, Arcebispo Joseph Cheng Tsai-fa e outros. Os bispos escreveram relatórios sobre situações particulares, enviaram relatórios para Roma e esses relatórios podem ser consultados se for obtida a permissão das pessoas envolvidas, do bispo ou de um advogado que peça a um juiz que ordene que esses documentos sejam disponibilizados para a causa.

As dúvidas vocacionais não são bem-vindas no IVE e, portanto, não são tratadas de forma neutra. Quem deseja ou manifesta intenções de sair, começa a sofrer pressão psicológica de que algo está 'indo mal', sua fidelidade à graça e ao IVE é questionada (a graça de estar unido ao fundador, como disse o Pe. Ruiz no e-mail), começa a ser tratado como um covarde, sua salvação eterna é questionada, etc. Se um membro do IVE tem dúvidas ou quer sair, seus dias se  transformam num verdadeiro pesadelo. É interessante se observarmos as semelhanças em alguns comentários deixados no blog. Os problemas não são tratados, ao contrário humilham, zombam, usam de ironia ou abusam das consciências simplesmente procurando causar medo de condenação eterna, de infidelidade, de covardia, etc.

Há muito segredo dentro do IVE e, portanto, cada partida de um membro é uma ameaça de fuga de segredos internos, coisas que não são contadas, coisas pelas quais não se assume responsabilidade ou que são simplesmente encobertas.

Aqueles que começam a ter dificuldades ou dúvidas vocacionais estão expostos ao abuso da mudança de destinos, à pressão psicológica de sentir-se "diferentes", e espera-se que deixe de encher o saco o mais rápido possível. Se toma a decisão e decide sair, leva um chute rápido no traseiro. Lembro-me do caso de um padre que havia engravidado uma mulher em um país da ex-URSS e foi enviado ao outro lado do globo para "pensar" o que ele queria fazer da sua vida... O padre decidiu continuar no IVE, mas se ele tivesse decidido sair teria ficado na rua a milhares de quilômetros de distância de suas responsabilidades paternas e de seu país de origem.


Continuará...


Original em Chat de Café



Comentários

Destacados

Diversas denúncias públicas de abusos sexuais no IVE

  "É como sentir que seu próprio pai te está violando" 1.12.2016 - Religión Digital Denúncia de Luis Ano 2005: Eu mantive silêncio, fiel ao "pacto" de n ão  falar sobre este tema. Mas como todo, no final acaba vencendo a verdade, n ão  pude aguentar este silêncio cômplice e acabei contando tudo a quem foi meu superior provincial nesse momento, o padre Gabriel Zapata, no ano 2005, sendo eu seminarista de segundo ano de filosofia do Seminario Maior Maria Mae do Verbo Encarnado, do IVE, em San Rafael, Mendoza. O Padre Gabriel Zapata me ouviu com muita atenção.  Lembro-me de algumas coisas: disse-me que isso era muito grave; perguntou-me pelos detalhes, e eu lhe expliquei sem animo de vingança, senão querendo que chegue ao culpável meu perdão que lhe dissesse que eu estava bem.  O que eu soube depois disso é que o trasladaram do Peru, onde estava missionando à Argentina. Soube depois de tê-lo encontrado em uma ocasião na casa religiosa que temos em Nihuil. Do resto das

Carta de uma ex superiora - SSVM

A seguinte carta nos chegou de uma ex servidora, membro da rama feminina Servidoras do Semhor e da Virgem de Matrá , durante 8 anos. Ela decidiu deixar a vida religiosa antes de receber os votos perpétuos. Foi superiora de irmãs de votos perpétuos por quatro anos e diretora vocacional da SSVM nos EUA/Canadá por dois anos, quando somente era uma irmã de votos temporais . Se você pretende fazer parte da SSVM, considere as preocupações expressas em sua carta. Se você gostaria de entrar em contato com ela, envie-nos um e-mail aqui no blog  IVEINFO  e nós lhe enviaremos sua informação de contato.

1. Quem é o Padre Carlos Miguel Buela e o Verbo Encarnado

Mas, o que é o aspirantado?

* Escrito por uma ex ssvm dos Estados Unidos em ' Servidoras do Senhor (SSVM) - Informaç ão  e experiência ' em  relaç ão  a realidade do aspirantado em seu país. Eu por minha parte reforço meu conhecimento sobre este tema nos demais aspirantados das SSVM. * O aspirantado Resumo: As Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará dirigem o que elas chamam de "aspirantado", que são casas de formação para meninas de 14 anos, em tempo integral. Essas casas para meninas menores de idade s ão  exclusivas das SSVM e não fazem parte da tradição ou prática católica. Vemos pelas experiências pelos anos que passam que essas casas est ão  transformando-se em um ambiente disfuncional, consequências de esta conclusão é que, onde está sendo deficiente o discernimento das vocaç ões  adultas, como será nos casos de menores de idades colocadas baixo a responsabilidade de pessoas tao jovens, sem experiências em comportamento no periodo da infancia e  adolescencia, baixo a responsabilidades

Lista de sacerdotes que abandonam o IVE

Monsenhor Taussig e os abusos sexuais no IVE

Coletiva de imprensa de Mon. Taussig sobre o abuso sexual a um seminarista menor do IVE - 2016 Afinal o IVE n ão é diferentes de tantas outras Congregações que encobriram abusos sexuais. Tratam até hoje de encobrir e manipular as informações sobre os abusos do fundador, Carlos Buela. Por quê tanta adoração ao padre Buela? É lícito tentar enganar ao Papa, aos bispos, aos membros, às numerosas familias da Tercera Ordem, aos leigos, etc? É Lícito tentar criar esse ambiente de santidade ao redor de uma pessoa desonesta e imoral por mais que seja um sacerdote?  Aonde está o que abusou de Luis? Por quê foi protegido pelo IVE? Porque o IVE quis salvar a sua pele nessa historia. Denunciar a esse abusador era criar uma má fama a Congregação, preferiram encubrir e ordena-lo sacerdote. Esconder essa informação e ordenar a um abusador sexual? Nunca vai ser nossa a culpa em apontar os erros e abusos de uma pessoa por mais que seja ela um sacerdote, a culpa é somente dela por não tratar com dignidad

O sectarismo vocacional das Servidoras

Quero partilhar a minha experiência neste blog como mais um testemunho sobre as ações sectárias e abusivas que existem no seio da família religiosa das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.  Para os que leram os outros testemunhos, podem ver por si próprios que há muitos pontos em comum, o que não é coincidência, mas prova de que assim é.  Eu era uma jovem que creía e praticava, com bastante formação religiosa. Apesar disso, nunca tive a intenção ou a vocação (falando na sua terminologia) de entrar num convento, e já houve muitos que se cruzaram no meu caminho. Nunca vi isso como uma opção para mim. 

"Experiência vocacional" no Noviciado do Verbo Encarnado

  Recebemos este testemunho enviado por um jovem vocacionado que, depois de ter feito uma experiência vocacional num seminario diocesano, quis conhecer de mais perto a vida religiosa num Instituto Religioso. Esse jovem a diferença de muitos outros percebeu que no IVE, infelizmente, não há processos de de discernimento vocacional. * Sou um jovem vocacionado e não revelarei o meu nome para guardar a minha imagem, mas gostaria de relatar aqui a minha experiência dos dias que passei no noviciado do Instituto do Verbo Encarnado, IVE. O que no início era para ter sido uma experiência de 11 dias, passei apenas 5 dias de exercícios espirituais e 3 dias de convivência no noviciado. Não estava sozinho, mas havia outros jovens que, juntamente comigo, estavam lá para uma experiência vocacional, ou seja, para que com a ajuda do superior pudéssemos discernir uma vocação à vida religiosa, mas nomes como: experiência vocacional ou discernimento como tal não foram utilizados, utilizavam a palavra con

2. Padre Buela: Visão de um leigo

Não quero extender-me em comentários, mas sem dúvida nenhuma este texto se merece. Um excelente resumo, claro, limpo, pelo menos até 2013, de uma história contada sem doses de fanatismos e de epopeya tão característicos do IVE e de seu fundador. Original em inglês Ive Info

Comissário Pontificio para o Verbo Encarnado

Por decreto da Santa Sé o governo geral do Instituto do Verbo Encarnado, IVE constituido pelo então superior geral Gustavo Nieto e seu conselho foi suprimido para ser nomeado um novo governo designado diretamente pela Santa Sé.  O novo governo está formado pelo cardeal espanhol Santos Abril y Castelló, comissário pontificio desde o ano 2016 e por sacerdotes de outras ordens religiosas designados pelo Vaticano para tentar solucionar os casos de abusos de autoridade e consciência que se vêm perpetrando desde a fundaçao. Ademais foram eleitos dois sacerdotes do IVE, os padres Ervens Menguelle e Diógenes Urquiza com a finalidade de facilitar a comunicação com os membros que desejam comunicar-se com as autoridades eclesiásticas.