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As Servidoras se estão enfermando de sectarismo

Características comuns de todo grupo sectário

Kelly é uma ex servidora dos Estados Unidos que, depois de ter estado nas SSVM por 8 anos, sendo superiora 4, nos conta sua experiência e o que infelizmente se assemelha a algumas das congregações religiosas de hoje, suas características sectárias.

O leitor poderá perguntar-se: Como ela pode ter saído das SSVM e ter uma vida tão plena e feliz, se esteve em uma seita?

É a partir daqui que passamos ao tema: "características sectárias". Não podemos pensar que as  congregações religiosas católicas são formalmente uma seita, mas que algumas delas estão começando a ter características de uma, o que é importante e perigoso para as pessoas que vivem ou viveram lá. Cada pessoa é diferente, com um contexto de vida diferente, podem ser mas submissa que outras, dar-se conta de certas situações antes que outras, e  é por essa razão que não devemos julgar a todas por igual só pelo fato de terem vividos baixo um mesmo reglamento de vida.

Quero enfatizar que, como antigo membro desta congregação, concordo totalmente com tudo o que Kelly diz em seu vídeo.


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Faço aqui um resumo do vídeo destacando alguns pontos, que no caso do leitor não entender algumas expressões. Kelly não faz o vídeo com a intenção de colocar "mal espíritu", a fim de denegrir a ordem, mas sim dizer uma verdade, não vista por muitas enquanto somos membros, e que se algum momento percebemos que algo não está indo bem, não somos livres para comentar sobre isso.

1. Obsessão com o fundador e os superiores - especialmente o fundador, Pe. Buela e os superiores gerais.

2) Vergonha e culpa ao deixar a congregação - A dificuldade que os superiores têm em deixar o membro sair, quando eles pedem. Obstáculos como: 
- Oferecer um ano sabático fazendo o membro ver que é apenas um cansaço ou lhe oferece ir a um mosteiro para descansar; e que o chamado à vocação é para sempre, algo que também é dito às irmãs de votos temporais. 
- A ideia de que você está abandonando Deus, que você será infeliz ou condenada, que você está sendo infiel a Deus e à vocação que Ele lhe deu, esta é a mensagem que nos é transmitida implícita e explicitamente. Estes obstáculos impedem a que a pessoa tome uma decisão livremente e se sinta coaccionada a ficar.

3. Nomes esquecidos - Kelly, ao deixar a congregação, se ofereceu às superioras das SSVM entrar em contato com aquelas que estão deixando o Instituto para servir de apoio e ajuda, já que a grande maioria de nós passamos por momentos difíceis, seja por razões pessoais ou por causa da mesma dificuldade de partir. Ou seja: a falta de amizade fora do convento, muitos passaram anos dentro da congregação; a dificuldade em encontrar um emprego e, portanto, uma relação social, etc.
Por que não fornecer ajuda aos ex-membros que deram suas vidas pelo bem da congregação? Por que não facilitar a comunicação entre as ex-membros? Por que evitar entrar em certos temas com os ex-membros que se aproximam da ordem?

4. Perda de alegria natural e humor espontâneo - O humor e a alegria é muitas vezes imposta, todos rimos de tudo e de todos, caso contrário, algumas vezes você é tachada de ter mal espíritu. Este ponto está ligado com o seguinte.

5. Programação da linguagem e respostas - Isto é muito perceptível logo ao entrar. Geralmente são frases feitas que repetimos quando as ouvimos, talvez, a princípio não entendemos, mas repetimos e rimos de tudo, desde quando todos se riem. 

6. Isolamento da família - perda do contato com a família e amigos, perda de afeto.

Penso que aquelas que passaram por isso podem atestar todos estes pontos, talvez alguns mais do que outros, dependendo da experiência particular que tiveram e dos anos que permaneceram.

Como ex-membro, prometo escrever ponto por ponto sobre minha experiência, porque o que Kelly menciona em seu vídeo eu mesma os vivenciei.


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