De tempos em tempos surge a questão: se o IVE e a SSVM são tão ruins, por que não falam mais ex membros? Nesta publicação, gostaríamos de nos dirigir às pessoas que fazem esta pergunta.
Muitos falam
Antes de mais nada, muitos falam. Houve muitos críticos do IVE na Argentina, especialmente entre os católicos conservadores, que falaram freqüentemente sobre o grupo durante os últimos 25 anos. Desde então se cansaram do assunto, ainda se pode encontrar comentários ocasionais em varios sites (ingles e espanhol) ou posts como aquele que levantou objeções originais ao Pe. Buela e seu comportamento. Ah, é claro, o de Jack Tollers - "Padre Buela: Visão de um leigo" que também contribuiu para o site: Iveinfo (inglês e espanhol). E o investigador Silletta aqui. Há também uma série de ex-membros que encontramos que publicaram sobre o IVE agora ou no passado (Prensa Católica & Difusión, Chat de Café,) e outros que comentaram nos vários posts, e até mesmo uma página do Facebook da Argentina, se é o seu caso. Se você quiser saber porquê decidimos falar, pode ler sobre isso en Iveinfo (proximamente traduzidos ao português). Como pode ver, muitos o fazem e têm se manifestado, tanto no passado como agora.
Cinco razões pelas quais as pessoas não falam
Por quê não falam mais ex membros se o IVE/SSVM são tão ruins? Bem, há várias razões, tanto pessoais quanto práticas, pelas quais muitos não querem falar publicamente, nem sequer de modo anonimo depois de saírem: algumas não podem arriscar perturbar as autoridades da Igreja, outras não se encontram em situação de se manifestar de forma eficaz ou temem os ataques pessoais dos defensores do IVE. Muitas delas estão espiritualmente feridas e querem seguir em frente, e um grande número não quer prejudicar mais as relações familiares. Vejamos estas cinco razões abaixo.
Muitos seminaristas que deixam o IVE ainda precisam do IVE como referência e não querem correr o risco de aborrecê-los ainda mais. Este é o caso dos seminaristas que deixam o IVE durante a formação e ainda estão considerando uma vocação ao sacerdócio. De acordo com a lei canônica, um seminário que aceita alguém que já foi seminarista em outro lugar precisa receber comentarios do seminario anterior. Portanto, se você entrar no seminário IVE e sair com a intenção de ir a outro lugar, conversar pode arruinar suas chances de se tornar um padre.
Da mesma forma, os padres que saem após a ordenação muitas vezes procuram se juntar a uma diocese ou se tornam leigos. Esses padres ainda precisam da cooperação das Autoridades da Igreja, que talvez não apreciem certas informações (embora acreditemos que purificar certos assuntos é a coisa certa a fazer e São Tomás de Aquino concorda: "Deve-se ter em mente, entretanto, que se a fé estava em perigo, um sujeito deve repreender seu prelado mesmo publicamente". São Tomás de Aquino, Summa Theologica II, II, q. 33, a. 45, ver aqui).
Nestas situações, qual é o curso de ação mais prudente? Escrever uma carta mordaz sobre sua antiga congregação ao seu bispo sem saber como ele reagirá? Falar sobre sua experiência na web e expor à ira do IVE? (quem provavelmente adivinharão sua identidade, mesmo que você se apresente de forma anonima) Ou apenas ficar calado e se preocupar com sua própria vocação?
Manter-se em silêncio nestas situações é muitas vezes a decisão mais prática. Afinal de contas, o IVE pode ser bastante vingativo. As "Reminiscências" de Buela são um exemplo disso, mas você também pode ver na forma como eles trataram o Pe. Mikalonis depois que ele partiu do IVE. Eles não tiveram dúvidas quanto em obstaculizar o bispo na Irlanda que estava tentando descobrir o que tinha acontecido, mas se esforçaram para notificar aos bispos americanos para que estivessem vigilantes e não aceitassem o Pe. Mikalonis.
Mesmo que a pessoa não se importe em perturbar o IVE, falar não é tão simples. Antes da existencia do site SSVM Abuse (inglês e espanhol) não se encontrava informações sobre o IVE/SSVM na Internet e contatar com os ex-membros era difícil ou impossível. Encontrar-se sozinhos com os próprios pensamentos, não é fácil identificar e articular claramente os problemas dentro do Instituto. Mesmo que alguns pudessem escrever e manter um site como os nossos isso pode exigir muito tempo de várias pessoas até terem algum conhecimento da Internet, experiência teológica e um bom grau de confiança. Mesmo assim, muitos passaram por todas essas experiências e foram aconselhados a ficar calado e concentrar-se em sua própria vida espiritual.
Se alguém decide se manifestar, é provável que seja submetido a todo tipo de ataques de defensores do IVE. Basta verificar os comentários nos blogs ou na página do Facebook que mencionamos para ver exemplos disso. Os partidários do IVE e até mesmo os padres do IVE irão atacá-lo. Eles o acusarão de quebrar os votos, de cometer pecados como difamação ou detração (a propósito, falar sobre denúncias que sao de ordem públicos não é nenhuma difamação). Eles irão acusá-lo de blasfêmia, te chamarão de amargos, ressentidos, frustrados ou qualquer outro improperios. O site Iveinfo recebeu varias cartas ameaçadoras de pessoas que obviamente estão próximas ao IVE.
Assim que, para responder à pergunta, por quê muitos ex-membros nao se manifestam publicamente? Muitos mais nos falam em privado. Quanto aos demais que permanecem em silêncio, como você pode ver acima, eles têm muitas razões legítimas para fazê-lo.
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